O uso da emoção é um dos instrumentos
mais comuns nas campanhas eleitorais.
Quanto menos informada é a população
de eleitores, mais a emoção é eficaz para conseguir votos. Embora isso seja
pouco ou nada mais divulgado, no Brasil a tentativa de envolver as emoções no
turbilhão eleitoral é, provavelmente, a ferramenta mais importante de uma
campanha.
Cerca de 70% dos eleitores brasileiros não têm o primeiro grau completo. Na visão dos políticos, dos publicitários e especialistas que dirigem campanhas eleitorais, é bem mais prático influenciar essas pessoas usando sua emoção do que a razão. Mostrar as dificuldades reais do país através de estudos técnicos, apresentar gráficos, discutir opções teóricas de caminhos a serem seguidos e propor planos de governo reais, tudo isso é considerado totalmente sem efeito, inútil, por aqueles que dirigem campanhas eleitorais.
Cerca de 70% dos eleitores brasileiros não têm o primeiro grau completo. Na visão dos políticos, dos publicitários e especialistas que dirigem campanhas eleitorais, é bem mais prático influenciar essas pessoas usando sua emoção do que a razão. Mostrar as dificuldades reais do país através de estudos técnicos, apresentar gráficos, discutir opções teóricas de caminhos a serem seguidos e propor planos de governo reais, tudo isso é considerado totalmente sem efeito, inútil, por aqueles que dirigem campanhas eleitorais.
Qual foi, então, a solução encontrada
para essas campanhas? O uso da emoção, dos sentimentos humanos. Para isso nada
mais apropriado que o uso da televisão. Um discurso flamejante, teatral,
humano, fraternal, igual, salvador, uma música envolvente com letra heróica e
uma seqüência estudada de imagens cinematográficas que mexem com a alma; essa é
a fórmula básica da conquista de votos no Brasil. Nesta campanha o uso da
televisão foi limitado. Não poderão ser usadas as caríssimas produções que
buscavam mexer com a alma humana. Basicamente, os candidatos vão ter que se
dirigir pessoalmente aos eleitores, sem imagens produzidas. Vai ser mais
difícil, mas certamente vão ser usadas ao máximo as técnicas que buscam tirar
proveito da emoção.
Mas não é só emoção. No Brasil ela
funciona junto com alguma coisa que pode parecer racional ao eleitor. Na
maioria das campanhas para presidente, governador e prefeito, são feitas
pesquisas entre os eleitores, verificando quais são seus principais anseios e
desejos. Por exemplo: um candidato a governador verifica que seus possíveis
eleitores têm como prioridade a habitação. A partir dessa constatação toda a
parte aparentemente racional da campanha será dirigida basicamente para esse
tema. Se na pesquisa os eleitores demonstram que querem eleger um candidato que
combata a corrupção, dá-lhe discurso contra a corrupção. A técnica é trabalhar
com as emoções e com os anseios. A verdade pouco importa.
Como os orçamentos públicos são sempre
menores do que o eleitor quer, os candidatos são aconselhados a prometer, sem
tocar na questão dos recursos. Não há pudor: se promete tudo. E num pacote de
emoção e promessas, evidentemente acompanhadas de críticas à atual situação, se
arrancam os votos. Com a certeza de que, depois, ninguém vai cobrar as
promessas. Há até quem diga que promessa eleitoral não deve ser cobrada porque
não é para valer.
É claro que nisso tudo há exceções.
Mas são poucas.
Se todos nós voltássemos com mais
razões e menos emoção, procurando ver o que representam e quem são realmente os
candidatos, o que eles fizeram e falaram no passado, certamente teríamos um
Brasil melhor. Mas esta é uma outra história que fica para uma outra vez.
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