Pesquisar este blog

domingo, 14 de agosto de 2011

ZAÍRA CALDAS: Um ícone da Arte contemporânea do RN.


          Conheci pessoalmente Zaíra em meados de 80 á 90 quando ingressei na Faculdade de Educação Artística da UFRN. Na época  o Prof. Vicente Vitoriano nos levou a casa/ateliê de Zaíra, foi impressionante a visibilidade do ambiente interno de sua casa que hoje não existe mais, atualmente no lugar existe um prédio residencial, ficava alí do lado da Faculdade de Odontologia, acho que é Nova Descoberta em Natal/RN. O que destacou o olhar foi perceber que em suas paredes ao invés de tintas ela tinha colocados seus quadros, todo o ambiente era impregnado de Artes Visuais... Acredito que foi nesse momento que deu o estalo, grampeei, me apaixonei pelas Artes Plásticas e sou até hoje e serem sempre admirador de Zaíra.  


           Zaíra Caldas é pioneira, no Rio Grande do Norte, no manuseio do espaço da tela. Constrói formas com cascas de árvores que, depois de passarem pelo ácido nítrico, são mergulhadas no cal e coladas sobre as telas. Imagem sobre imagem. Imagem gerando imagem ao sabor do observador. Desenhista, pintora, gravadora, escultora, ceramista, tapeceira e poeta, a artista expressa, em suas obras, o movimento de seu espírito usando, para isso, diferentes linguagens. Sua trajetória evolutiva é um testemunho de independência cognitiva.

                A sua notoriedade revela-se nos anos 60, quando realizou uma antropologia visual, pintando portões, fachadas e varandas das casas de Recife e Olinda. Mas foi nos anos 80 que a artista se singularizou, criando texturas com o material orgânico.





ZAÍRA CALDAS COMPÕE O ACERVO DA 

PINACOTECA DO ESTADO!

           Possuidora de grande técnica, Zaíra constrói formas que lembram os manguezais, um dos estuários mais ricos em diversidade do planeta. O observador vê emergir figuras míticas e fantásticas. Para Câmara Cascudo, nos trabalhos de Zaíra, “a tonalidade é de matiz crepuscular, de penumbra serena, (...) numa coloração estranha, transparente, cor do tempo”.


          A artista diz que seu trabalho nasce da escuta de sua interioridade. Meu trabalho é irreal, não trabalho com o abstrato. Toda rosa é irreal, é transfigurada.


               Autodidata e pesquisadora incansável, suas buscas levam-na à escultura com acrílico, ao alumínio, ao bico de pena, ao cimento, a caixas de papelão de formas e tamanhos variados, a garrafas plásticas, ao acrílico etc. Seus painéis em alumínio e ferro estão em cidades como Fortaleza e Brasília, entre outras capitais.


                A obra de Zaíra Caldas chama atenção por seus aspectos particulares, subjetiva e original em cada criação possibilitando às pessoas a descoberta diversa de inúmeros cenários artísticas. É dessa comunicação direta com o público- não por meio de signos e símbolos retirados da cultura de massa e do cotidiano, mas da natureza – que a artista constrói intuitivamente campos fantásticos que remetem, aí sim, a cultura de massa e ao cotidiano como forma contínua de evolução.

Nenhum comentário:

Postar um comentário